terça-feira, 25 de agosto de 2015

Quente e de qualidade: DonMonique Michell e seu Dendê americano chamado Thirst Trap

Foto / Galoremag.com
Não estamos mais tão familiarizados com as batidas longas do Rap e Hip Hop que, nos anos 90, tomavam conta dos guetos das grandes cidades brasileiras. Isso não aconteceu devido a falta de opções na cena nacional, mas talvez por uma crescente industrialização do Funk que “atirando pra todos os lados” empacotadinho, é do jeito que as massas populares preferem consumir. E justamente por causa dessa massa muito seletiva, sqn, não temos Anittas (testando seus níveis de saco fundo) e Tatis Zaquis (estragando sua infância) no nível dessa guria que as linhas dessa postagem tem o prazer de elogiar (e muito).

Capa do EP Thirst Trap
Dando nomes aos bois, essa guria  – que a cara do bem produzido Hip Hop americano – se chamada DonMonique Mitchell, é do Brooklin NYC (EUA), e seu EP intitulado Thirst Trap surpreende com a qualidade do som que, com certeza, seria a trilha sonora perfeita para um bom rolé no "instituto preto do mundo" tatuado eternamente na estrela do topo da árvore americana. Madison Square Garden perde feio se o que se quer de verdade é sentir a América pulsando no peito, na mente, e também no… Thirst Trap!

DonMonique tem o dom. Tem também uma produção excelente. Tem o calor, o suor, o cheiro imaginário que só a raça negra possui. E sem essa de taxar essa última afirmação. Preto é a cor e tem o calor. Fato consumado!

Thirst Trap e suas 8 faixas possui sonoramente o que Minaj, Beyonce, e alguns enlatados, não trazem nem em 100 videoclipes orgasmáticos. Além, é claro, de possuir uma qualidade técnica que é capaz de dominar qualquer atmosfera que valorize decibéis em alta.

É bom. O som de Donmonique fala mais do que qualquer análise de Somditrack.

Escute o EP na íntegra no Soundcloud dessa preta com dendê gringo e fique com água na boca assistindo o vídeo da faixa You Ain't Heard. Só faço uma advertência… Vai esquentar!


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Quatro meninas, pouco bumbum e muito Rock Experimental - Warpaint na luta pela salvação do Rock And Roll





Dizem que quase tudo nesse mundo é influenciado ou influenciável. Quase nada é criação espontânea e a cópia é a chave do negócio. No mundo da música essa análise é, quase sempre, bem empregada, visto um mercado inclinado ao que mais vende, e a demanda pede sempre “mais do mesmo”.

Desde que a época da criação se extinguiu lá no final dos anos 80, o mundo da música pop tem passado por dias ruins e repetitivos, o que não afetou muito o mercado, pois esse ganhou muito com essa depressão criativa. Mas uma turma de jovens talentos resolveu ampliar e inovar esse cenário, ao longo dos anos 90, fazendo da primeira década dos anos 2000 fervilharem em novos gêneros musicais gerados por misturas inovadoras de estilos que se consagraram nas décadas anteriores.

Seria tarefa difícil citar os principais nomes percursores dessa Revolução Misturada que aconteceu, nesta época, mas o movimento Indie foi um dos acontecimentos mais notáveis. O Rock, que sempre foi matéria prima pra muita coisa boa, ganhou roupagens indexadas de variados condimentos musicais, tais como o reggae, o blues, o jazz e, principalmente, a música eletrônica, e é desse angu (do bom) que vamos falar:

A banda em questão é a Warpaint. Um grupo de meninas de Los Angeles - Califórnia, que faz Rock Experimental de altíssima qualidade.

Com Emily Kokal nos vocais e guitarra, Theresa Wayman na guitarra, teclado, Jenny Lee Lindberg no baixo e Stella Mozgawa na bateria e teclados, a banda começou em 2004, misturando elementos variados, como o Shoegaze e Dream Pop, e sob forte influência de artistas consagrados, como o compositor e guitarrista do Red Hot Chilli Peppers, John Frusciante (que namorava a vocalista, na época), o grupo já lançou 3 álbuns, sendo que o primeiro , em 2004, é um EP chamado Exquisite Corpse.

Em 2010 a banda lançou o disco The Fool, alcançando uma excelente visibilidade, através de uma extensa turnê, que contou com shows em grandes festivais, como Coachella e os festivais ingleses Reading and Leeds, além de contribuir com um cover da música Ashes to Ashes, para o álbum tributo a David Bowie We Were So Turned On.

Em 2014, elas lançaram o segundo CD, que leva o nome da banda.


Seria uma tarefa difícil destacar em qual enredo a banda se encaixa, dentro do cenário musical qual elas escolheram para enquadrar (ou não), o estilo musical. Como a influencia do guitarrista do Chili Peppers é direta, a guitarra dá o tom experimental do grupo, mas não é só ela. O baixo da Jenny Lee, que tão em vez passeia pelo Jazz, e a bateria percusivamente tribal da Stella chamam atenção, além, é claro, do vocal da Emilly, que nos remete a uma mistura de Björk com a graciosa Grace Slick, da pioneira do rock clássico, Jefferson Airplane.

Para mais informações sobre a banda acesse o Website da banda, e também as páginas do Twitter, Facebook e o canal do Youtube.

Confira o vídeo da música Billy Holiday (Rough Trade Sessions), tirada do álbum The Fool 2010:


quarta-feira, 5 de março de 2014

Um ano sem Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr - A juventude brasileira ainda está de luto


Nesta quarta-feira, (05/03), faz um ano que Alexandre Magno Abraão (Chorão), vocalista da Banda Charlie Brown Jr, nos deixou. Em um ato que pegou todos de surpresa, escolheu partir por vontade própria, no dia 05/03/2013. E foi em uma Quarta-feira, que se soube da tragédia. O laudo da perícia técnica apontou que a causa da morte do cantou foi overdose (inalação excessiva) de cocaína.

Banda Charlie Brown Jr
Nascido em 9 de abril de 1970, em São Paulo – Capital,  Chorão mudou pra Santos ainda criança, e em 1992 fundou, junto com o guitarrista Marco Antonio Valentim Britto Jr (Marcão), o baixista Luiz Carlos Leão Duarte Junior (Champignon), o baterista Renato Perez Barrio (Pelado) e o também guitarrista Thiago Raphael Castanho, na 1ª formação, e, respectivamente o baterista André Luiz Ruaz (Pinguim), e o baixista Heitor Gomes.

Uma história engraçada, que começa com um acidente de carro, onde Chorão atropelou uma barraca de coco, em Santos, que tinha o nome de Charlie Brown, termina com pouco mais de um mês após a morte do vocalista.

Chorão viveu 42 anos que representaram quase um século para a juventude brasileira. 15 anos de carreira que nunca será esquecida. Quem nunca batucou na escola, na prancha de surf - durante uma session no mar -, e nos Half's da vida, músicas da banda Charlie Brown Jr?

No desejo de que sua alma esteja em paz e em um bom lugar, relembro sua vida, My Brother, com essa canção. Com ela amores começaram se intensificaram e se eternizaram... Muita gente passou a ter mais atitude, sonhar mais alto e agir conforme desejo próprio depois de ouvir essa canção. O seu lugar é no céu agora, mas a luta continua por aqui, em busca de nosso Lugar ao Sol.

Mais informações sobre a banda Charlie Brown Jr acesse Facebook.com/cbjroficial , e Twitter.com/cbjroficial.


Assistam ao clipe de Lugar ao Sol, com edição de Leandro Hartmann: