terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Coração não tem sexo - Filme Azul É a Cor Mais Quente




Ninguém nunca dirá que um sorriso ou uma troca de olhares, ou até mesmo aquela pessoa que passa lá, bem longe do seu: “Nossa..., que linda!”, será um daqueles amores que te marcam como tatuagem. E quando este sentimento surge você nunca poderá medir seu tempo de duração.

Ninguém está imune às armadilhas da solidão e das válvulas de escape. E quando elas se mostram necessárias, a outra parte sempre julgará inconveniente, decepcionante ou até mesmo como uma traição.

Mas o que fazer com as lembranças dos toques, dos olhares, dos fluidos e daquela sensação de que o mundo poderia acabar naquele instante em que os corpos, exaustos, caem um no outro? Como prosseguir em paz sabendo que existe ainda uma atração, um desejo - e mais que isso -, um amor que faz o peito esquentar de tal maneira que até pensamos em desistir de tudo por causa dessa dor, inofensiva aos nervos, porém, totalmente suicida à alma?

Prova boba de algo parecido, porém, super significante
Azul é a Cor Mais Quente é bem o retrato desta situação em que, por falta de diálogo e desgaste do tempo, amores e paixões arrebatadoras se desfazem, mas que sempre deixa alguém sofrendo e com a esperança de que toda magia verdadeira que rodeava a história se faça mais importante que as dificuldades da relação.

No romance, Adèle (Adèle Exarchopoulos) vive uma paixão arrebatadora por Emma (Léa Seydoux), e aí está o xis da questão: O filme só podia ser francês... (Risos). E é claro que é! E sem nenhuma renuncia ou crise existencial, Adèle acaba encontrando nos braços e na cama de Emma tudo aquilo que ela não conseguia sentir em suas histórias com meninos.

Tudo começa quando ela cruza com Emma, na rua. Quem vê alguém interessante passar e não dá uma olhadinha pra trás, para conferir?.

Emma - Léa Seydoux
O fantástico não está na homoafetividade, e sim na entrega que acontece entre as duas. Emma, mais velha, estuda Belas Artes e desde os 14 anos já havia experimentado ficar com garotas. Adèle, ainda menor de idade (15 anos), vivia os conflitos de sua adolescência e algumas frustrações por não ter encontrado a sensação de entrega em si, com os garotos qual ficava.

Com mundos e planos de futuro totalmente opostos, elas não resistem à conexão que seus corpos produziram nos encontros vespertinos, no parque, e se entregam completamente.

Adèle - Adèle Exarchopoulos
Emma passa a ver Adèle como a musa inspiradora de seus retratos artísticos e as duas começam a viver juntas, só que a diferença cultural entre elas vira um abismo muito grande na relação, e Adèle, solitária - pois o mundo de Emma é repleto de signos e pessoas que afastam uma da outra - vê em seu colega de estágio, onde era professora do maternal, uma válvula de escape. Mas Emma descobre e decide terminar o relacionamento.

Adèle passa três longos anos sofrendo com a falta que Emma lhe fazia, e mesmo depois de um reencontro, sua ex (que já estava em outro relacionamento) não conseguiu entender a importância que ela tinha em sua vida.


Assista o trailer do filme:




O filme é polêmico - como toda boa história deve ser -, e mata toda curiosidade dos leigos sobre como é uma relação sexual entre duas mulheres. Com cenas fortes e ousadas, Azul É a Cor Mais Quente foi premiado no festival de Cannes e existem diversos debates sobre questões feministas que envolvem a história, além de brigas e acusações de assédio moral feitas pela atriz Léa Seydoux ao diretor Abdellatif Kechiche. Mas, pra mim, não há o que contestar... A história, as cenas, o enredo e a falta de hollywoodianismo característicos dos filmes franceses deixaram esse drama perfeito!

O filme está em cartaz em Salvador até o dia 12 de dezembro, nas salas de cinema UCI Shopping Iguatemi Salvador - Sala 2, UCI Orient Shopping Barra e no Itaú Glauber Rocha.

Classificação: + 18 anos

Som Di Track indica como trilha sonora pós filme a música da banda Legião Urbana Quem Inventou o Amor. Assistam!



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