Ninguém nunca dirá que um
sorriso ou uma troca de olhares, ou até mesmo aquela pessoa que passa lá, bem longe do seu: “Nossa..., que linda!”, será um daqueles amores que te marcam como
tatuagem. E quando este sentimento surge você nunca poderá medir seu tempo de
duração.
Ninguém está imune às
armadilhas da solidão e das válvulas de escape. E quando elas se mostram necessárias,
a outra parte sempre julgará inconveniente, decepcionante ou até mesmo como uma
traição.
Mas o que fazer com as
lembranças dos toques, dos olhares, dos fluidos e daquela sensação de que o
mundo poderia acabar naquele instante em que os corpos, exaustos, caem um no
outro? Como prosseguir em paz sabendo que existe ainda uma atração, um desejo -
e mais que isso -, um amor que faz o peito esquentar de tal maneira que até
pensamos em desistir de tudo por causa dessa dor, inofensiva aos nervos, porém,
totalmente suicida à alma?
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Prova boba de algo parecido, porém, super significante |
Azul é a Cor Mais Quente
é bem o retrato desta situação em que, por falta de diálogo e desgaste do
tempo, amores e paixões arrebatadoras se desfazem, mas que sempre deixa alguém sofrendo
e com a esperança de que toda magia verdadeira que rodeava a história se faça
mais importante que as dificuldades da relação.
No romance, Adèle (Adèle
Exarchopoulos) vive uma paixão arrebatadora por Emma (Léa Seydoux), e aí está o
xis da questão: O filme só podia ser francês... (Risos). E é claro que é! E sem
nenhuma renuncia ou crise existencial, Adèle acaba encontrando nos braços e na
cama de Emma tudo aquilo que ela não conseguia sentir em suas histórias com
meninos.
Tudo começa quando ela
cruza com Emma, na rua. Quem vê alguém interessante passar e não dá uma
olhadinha pra trás, para conferir?.
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Emma - Léa Seydoux |
O fantástico não está na
homoafetividade, e sim na entrega que acontece entre as duas. Emma, mais velha,
estuda Belas Artes e desde os 14 anos já havia experimentado ficar com garotas.
Adèle, ainda menor de idade (15 anos), vivia os conflitos de sua adolescência e
algumas frustrações por não ter encontrado a sensação de entrega em si, com os
garotos qual ficava.
Com mundos e planos de
futuro totalmente opostos, elas não resistem à conexão que seus corpos
produziram nos encontros vespertinos, no parque, e se entregam completamente.
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Adèle - Adèle Exarchopoulos |
Emma passa a ver Adèle
como a musa inspiradora de seus retratos artísticos e as duas começam a viver
juntas, só que a diferença cultural entre elas vira um abismo muito grande
na relação, e Adèle, solitária - pois o mundo de Emma é repleto de signos e
pessoas que afastam uma da outra - vê em seu colega de estágio, onde era
professora do maternal, uma válvula de escape. Mas Emma descobre e decide
terminar o relacionamento.
Adèle passa três longos
anos sofrendo com a falta que Emma lhe fazia, e mesmo depois de um reencontro,
sua ex (que já estava em outro relacionamento) não conseguiu entender a importância
que ela tinha em sua vida.
Assista o trailer do
filme:
O filme é polêmico - como
toda boa história deve ser -, e mata toda curiosidade dos leigos sobre como é
uma relação sexual entre duas mulheres. Com cenas fortes e ousadas, Azul É a
Cor Mais Quente foi premiado no festival de Cannes e existem diversos debates
sobre questões feministas que envolvem a história, além de brigas e acusações
de assédio moral feitas pela atriz Léa Seydoux ao diretor Abdellatif Kechiche.
Mas, pra mim, não há o que contestar... A história, as cenas, o enredo e a
falta de hollywoodianismo característicos dos filmes franceses deixaram esse
drama perfeito!
O filme está em cartaz em
Salvador até o dia 12 de dezembro, nas salas de cinema UCI Shopping Iguatemi Salvador - Sala 2, UCI Orient Shopping Barra e no Itaú Glauber Rocha.
Classificação:+ 18 anos
Classificação:
Som Di Track indica como
trilha sonora pós filme a música da banda Legião Urbana Quem Inventou o Amor.
Assistam!
Lindo demais , muito envolvente....
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