- Alguém que vale mais em
CPF do que em simpatia e sorriso?
- Bípede meio carnívoro,
meio vegetariano todo errado?
- Resto abandonado de
evidências superiores oriundas de seres habitantes do nada múltiplo estelar? Um erro do subverso...
Na pior das hipóteses,
uma raça qual O Criador (quem?) deu plenos poderes de governo sob tudo que
existe nesta esfera azulada, conjugada na 3ª pessoa do sistema solar...
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A criatura Foto Joaquim Castro |
Soturna, irreverente, clara e obsoleta, seu desenrolar retrata o rastro das subpastas e arquivos Temporary Files que residem lá nas quinas de nossa mente, que nunca nos damos conta de como esse lixo mental arquivado influencia o nosso estado racional. A prova que precisávamos para justificar a necessidade de uma infinita Lavagem Cerebral.
Esse nosso mundinho insanamente perfeito, fechado por círculos e esferas, onde é mais fácil viver e apodrecer dentro delas do que sair e enfrentar a realidade; a luta contra a beleza indiscreta que as afeições sistemáticas nos causam; a obrigação moral que nos fita todos os dias através de nossas janelas pessoais, enfim... Enfrentar a realidade (existe?) e a irreverência problematizada dos dogmas e das referências que nos farão ser gente sólida e constituída, evidenciando o choque entre estas questões que, no final, irá nos reduzir a pó.
...Que merda!
Uma apresentação visual abre o espetáculo, e logo após os monólogos começam a serem proferidos. Borboletas, caracóis, vazio, cavalo, circulo... temas múltiplos em linha decrescente (que dá a entender que a coisa está sempre a piorar).
A peça proporciona ao espectador não só um texto surreal, mas também uma dinâmica diferente, com palcos espalhados pelo salão do Teatro, e a proximidade do público com os atores que em certos momentos parecem participar da encenação, seja no fixar dos olhos que os personagens direcionam para quem está próximo - ao monologar -, ou em momentos em que eles saem de seus palcos e circulam através da platéia.
A música é soturna. Lembra o barulho de máquinas ou naves espaciais, se preparando para pousar e caçar abduções. A luz é pouca e carregada de fumaça, descrevendo um aspecto frio e mórbido.
Matéi Visneic, um
audacioso ilustrador de ideias em maquete teatral, Romeno, oriundo das
catacumbas filosóficas da Universidade de Budapeste, embriagou de surrealismo o
texto desta obra que é simplesmente UM ABSURDO!
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A Constituição Foto Joaquim Castro |
SERVIÇO
O QUÊ: Espelho Para
Cegos - Espetáculo baseado no livro de Matéi Visniec, que aborda a decomposição
das relações humanas, a solidão, o controle social e outros entraves
contemporâneos.
QUANDO: Dias 21 e 22/10
e de 24 a 27/10 a partir das 20 horas
ONDE: Teatro Vila Velha,
Av Sete de Setembro s/n - Passeio Público, Campo Grande, Salvador - Bahia.
ELENCO: Teatro dos
Novos (Anita Bueno, Neyde Moura - em vídeo, Sônia Robatto e Zeca de Abreu);
Universidade Livre de Teatro Vila Velha (Kadu Lima, Lucílio Bernardes, Roberto
Nascimento, Tiago Querino, Vinicius Bustani e Yan Britto) com participação de
Bertho Filho, Fernando Fulco e Will Falcão - locução dos vídeos.
QUANTO CUSTA: R$ 30 inteira
e R$ 15 meia
Mais informações acessem o Blog do Teatro Vila Velha e o site www.teatrovilavelha.com.br.
A sonoplastia desta peça, que está aos comando de João Millet Meirelles, me lembrou o belo trabalho surrealista do Pink Floyd, no disco Ummagumma, exclusivamente nas Sysyphus. Ouçam e se inspirem!
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