quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Toni Frank o poeta do seu tempo


No último domingo (22/09), no anfiteatro do Parque Costa Azul, Orla Marítima de Salvador, no Festival de Educação, Música e Meio Ambiente - Femma, promovido pela ONG Ceasca Núcleo 21 em Cena, um poeta se apresentou de forma impactante e comovente.

Tão forte foi sua performance que Som Di Track se propôs a traçar um pouco do perfil desse homem corajoso que brinca com as palavras bem faladas...


Toni, momentos antes de sua apresentação com seus amigos 
O HOMEM DO SEU TEMPO

Não foi à toa que o Sr.  Antonio Carlos dos Santos, o Tonho Chapéu, antigo camelô da era de ouro da Barroquinha e Baixa dos Sapateiros,  que negociava com os camelôs de lá, da Avenida Sete de Setembro, Calçada,  Aquidabã e Rodoviária...,  e a Dona Celeste Britto Cardoso, menina que veio de Milagres, interior do Estado,  para Salvador e aqui se estabeleceu, e também Dona Helena Cerqueira, irmã de Seu Tonho, “Dinda” do cabra, que assumiu toda a sua criação, quando se separaram pais se separaram ainda pequeno... Não foi atoa que essas figuras ímpares decidiram dar ao poeta, nome de artista.

No primeiro dia do mês junho de 1978, nascia Toni Frank Britto. Soteropolitano, ingressou no mundo por via da maternidade do Hospital Santa Izabel, no bairro de Nazaré.

Por  26 anos, viveu na na barroquinha, fim de linha, casa de número 06. Aí o destino lhe direcionou para os longos 4 meses na Ilha de Itaparica, Município de Vera Cruz, posteriormente viveu por 1 ano em Fortaleza e depois regressou para Salvador, onde mora atualmente no Largo do Tanque (de passagem).

Estudou da primeira a oitava série no antigo Ginásio de São Bento (hoje Colégio São Bento). Foi lá que, segundo ele, teve toda a sua personalidade formada. Começou a escrever poesias, iniciou ainda tímido sua militância política e definiu que seria advogado. “quase virei monge”, afirma brincalhão.

Tudo isso sob a tutela e orientação do saudoso Dr. Norberto de Sant’anna, Diretor da instituição, por décadas, e que foi uma espécie de guru e segundo pai para ele. No segundo grau, passou pelos Colégios Núcleo (momento em que foi presidente de grêmio, entrei para o Partido Comunista do Brasil - PC do B, União da Juventude Socialista -  UJS e foi diretor da União Municipal e Metropolitana dos Estudantes Secundaristas - UMMES), depois Democrata e finalmente Universidade Católica do Salvador - UCSAL, primeiro no curso de História, onde não se formou, devido a uma professora que lhe fez desistir do curso e fazer novo vestibular para Direito. Na Católica, lancou o livreto “Retalhos de Juventude”.

Foi Coordenador Geral do Diretório Central Estudantil - DCE, do Centro Acadêmico - CA de Direito, e Conselheiro Universitário por duas vezes. “Costumo dizer que a UCSAL me deu régua e compasso, lembrando a citação do Reitor Professor José Carlos Almeida, outra figura importante, com quem aprendi a arte da negociação, importante hoje para a advocacia”, afirma satisfeito.

Seu trabalho mais notável, mesmo que buscando a modéstia pra relatar, disse ter sido como militante estudantil. “Orgulho-me de ter participado da construção de um programa de inclusão social na UCSAL, criando um programa de créditos e benefícios que fez da UCSAL a universidade mais negra da Bahia, quem sabe do Nordeste ou do país, quando nem se falava em cotas e reparação”, orgulhando-se confiante, e ainda completa: “Como Poeta seria uma imprudência e injustiça dizer que tem este ou aquele poema, que seria melhor do que um outro, até porque a Poesia não nos pertence, somos apenas seu fio-condutor e como advogado estou apenas começando”.

Apaixonado por viver e sua complexidade, ele ama e se inspira na vida, além do amor (musa/ídolo de todo o poeta), pelo povo e sua luta por mudanças e melhorias de vida, o por do sol, o brotar da flor, o mar, o mato (revigorante mato), o sorriso , a brincadeira e a inocência da criança... enfim, tudo que pulsa vivo.

Sobre poesia e seus alcances ele não deseja nenhum: “Eu me entrego a ela como um apaixonado cego que não espera nada e tudo ao mesmo tempo”, explica em forma de verso e ainda completa, desfazendo da máxima primeira: “Penso que a poesia é algo que vem de um plano totalmente diferente deste, tem um toque divino, nos transporta para outras realidades, nos dá outra visão, mas, sobretudo é ela quem espera de nós, poetas, que cumpramos o nosso papel de ser como um fio-condutor, um aparelho de comunicação para que ela posa se expressar e se mostrar ao mundo. Para ela eu me entrego ao que ela quiser”.

Pedindo pra que se defina, o homem brinca com o além e o aquém: "Eu prefiro dizer que sou apenas um espírito em evolução, buscando ser livre", clareando as linhas difusas e completando a explicação com um simples “Só isso”.

Esse é o meu amigo, companheiro e poeta Toni Frank Britto, qual conheci pelas areias finas e brancas da charmosa vila de Cacha Pregos, na minha tão estimada cidade de Vera Cruz, e que pretendo comungar discórdias e contextos até que se aproxime o fim dos tempos, para cantarolarmos juntos aquele velho samba pra lua...


Para conhecer mais sobre o trabalho de Toni acesse seu Blog Poesias do Fundo da Alma

Assistam ao vídeo onde o poeta exclama: Promessa final – O MANIFESTO:




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito importante!
Por isso seja o mais colaborativo possível e evite, por gentileza, o uso de palavrões ou ofensas.
Som Di Track agradece!